autocuidado

 

O autocuidado é um conceito relativamente novo.

Desde meados do século XX assistimos a um vertiginoso progresso na área de saúde e tecnologia. Contudo ainda temos as doenças cuja prevenção está intimamente relacionada ao modo que vivemos, como as doenças cardiovasculares, vários tipos de câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes. Representam 63% de todas as mortes anuais em todo o mundo e causam milhões de mortes a cada ano do total global de 57 milhões (OMS 2010). Nos países industrializados esse número é ainda maior por exemplo no Reino Unido aonde são responsáveis por  cerca de 88% das mortes. Por isso a importância do autocuidado.

E a tendência é de crescimento, com projeções aumentando globalmente a cada ano.

Os sistemas de saúde atualmente são concretamente “serviços de doença” orientados muito mais para o tratamento do que para a prevenção propriamente dita.

Por esta razão devemos dar a devida atenção  para o autocuidado, um conjunto de atividades e práticas interligadas e em que uma pessoa se envolve diariamente ao longo da vida. Este conjunto de ações que todos deveríamos realizar para manter nossa saúde, bem-estar e conforto, prevenir doenças e detectar outras precocemente além de melhor gerenciamento das existentes .

Os fatores de risco para doenças preveniveis são amplos e interconectados – inatividade física, obesidade, tabagismo, dietas pouco saudáveis e o uso nocivo de álcool.

Abordar esses fatores vinculados resulta em várias condições sendo afetadas simultaneamente – doencas cardiovasculares, diabetes, câncer, doença respiratória crônica e doença de Alzheimer, por exemplo.

Outra razão importante é que existem muitos pontos de entrada diferentes para o autocuidado, e um comportamento saudável pode levar a outros ou interferir positivamente em outros. Começar é dificil, mas lembre-se que um pouco é melhor do que nenhum.

 

 

As bases do autocuidado

 

Conhecimento e informação em saúde –

Instrução e conhecimento em saúde permitem interpretação das informações que recebemos sobre saúde nos serviçoes de saúde e uso e avaliação de fontes de informações de saúde externas.

 

Saúde mental, autoconsciência, monitoramento e motivação –

A autoconsciência é a aplicação prática e pessoal do conhecimento de saúde (Base 1) à sua própria situação, permitindo identificação e atuação  em áreas que precisam de mudanças, além de permitir  interações mais produtivas com os profissionais de saúde.

Sabemos que é importante medir e monitorar a saúde. Mas como fazemos isso? Em geral deve incluir conhecimento de:

O histórico médico da sua família e quaisquer predisposições genéticas

Quais vacinas você tomou

Sua frequência cardíaca e pressão arterial em repouso

Seu peso, altura e índice de massa corporal (IMC)

Sua saúde mental e emocional

Seus níveis de estresse

Seu perfil de sono

Sua situação de saúde bucal

Atividade física 

Alimentação saudável 

Prevenção de riscos 

Alguns exemplos:

Tomar as vacinas do calendário normal

Evitar tabagismo e uso excessivo de álcool

Proteger-se do sol

Usar equipamentos de segurança no trabalho

Boa higiene 

 

Uso racional de produtos e serviços

Mantenha suas consultas e exames de rotina em dia, ginecologista, oftalmologista, ou dependendo de cada um, cardiologista, endocrinologista ou outra especialidade…Isso certamente vai fazer ter um pouco de trabalho, mas pode evitar muitos dissabores futuros.

 

 

A parceria

Autocuidado não significa que as pessoas sejam simplesmente deixadas para cuidar de si mesmas sem suporte externo.

Em vez disso, uma das metas do autocuidado é aproximar as pessoas de dos sistemas de saúde de forma mais eficiente.

Deste modo, com o apoio , ferramentas e o conhecimento apropriados,  facilitar  cuidar melhor de si mesmas.

Isto pode incluir ter um médico parceiro, para desenhar em conjunto,  um projeto de saúde  e vida que faça sentido para cada um e auxiliar nestas mudanças.

Não basta somente orientar para perder peso, por exemplo. O caminho para que seja feito de forma razoável passa por avaliação médica e uso de conhecimento técnico. A orientação em relação a jornada que se inicia é tarefa do profissional de saúde.

É importante no autocuidado entender que as trocas entre médico e paciente são fundamentais. As dúvidas, os erros, precisam ser apontados e discutidos para traçar um plano adequado ao longo do tratamento. Você é parte ativa e responsável também.

Ou seja, não deu certo? Quer saber sobre efeitos colaterais? Tem medo do remédio? Pergunte, pense, leve ao profissional de saúde, mas sobretudo, não desista de se cuidar.

 

 

Para saber mais:

1.https://www.who.int/health-topics/self-care#tab=tab_1