Ataque cardíaco: o infarto agudo do miocárdio
O infarto agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, é uma emergência médica; portanto, deve ser prontamente reconhecida e rapidamente tratada. Então, quanto mais rápido e eficiente for o socorro, maiores as chances do paciente.
Miocárdio é o nome dado ao músculo cardíaco, responsável por bombear o sangue para o corpo e para os pulmões. Por outro lado, as artérias coronárias são as responsáveis pelo suprimento de nutrientes e oxigênio para o músculo cardíaco.
Veja que linda é a anatomia do coração humano:
Você conhece as doenças cardiovasculares?
As doenças cardiovasculares são aquelas que afetam o coração ou o sistema circulatório.
No Brasil, representam a principal causa de mortes. São mais de 1.100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 1,5 minuto (ou 90 segundos). Assim, respondem pelo dobro de mortes devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência) e 3 vezes mais que as mortes por doenças respiratórias. Sobretudo, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas.
Quais são os fatores de risco?
- Hipertensão arterial
- Dislipidemia
- Obesidade
- Sedentarismo
- Tabagismo
- Diabetes
- Histórico na família
A presença de um ou mais fatores de risco aumenta a probabilidade de doenças cardiovasculares, por exemplo, o infarto agudo do miocárdio.
imagem de Pexels de Pixabay
Como acontece o infarto agudo do miocárdio?
Os ataques cardíacos geralmente são resultado da Doença Arterial Coronária. Nesta doença, depósitos de gordura, ou placas, são formadas na parede das artérias coronárias. Estas placas às vezes rompem-se e provocam coágulos dentro da artéria. Assim, o infarto acontece quando a circulação das coronárias é interrompida total ou parcialmente.
Quanto mais tempo sem nutrição e sem oxigênio, maior o dano ao músculo do coração.
Algumas complicações do infarto:
- insuficiência cardíaca, ou seja, a falência em bombear o sangue de modo adequado para os órgãos ou tecidos, ocorre quando boa parte do músculo cardíaco é danificado pelo infarto. Gera falta de ar, fôlego curto, cansaço e inchaço nas pernas. Pode ser temporária ou permanente
- pericardite: inflamação da membrana que reveste o coração e pode causar dor e/ou febre. Às vezes, pode acumular liquido em volta do coração e ser necessária a drenagem
- roturas do músculo cardíaco
- arritmias cardíacas:
- Bloqueios ou arritmias muito lentas, com necessidade de marca-passo temporário ou definitivo
- fibrilação atrial
- fibrilação ventricular- causa “parada cardíaca” e pode levar à morte em minutos se não tratada.
A fibrilação ventricular geralmente acontece alguns dias após o ataque cardíaco, mas pode ser também o primeiro sinal do infarto. Ocorre quando o estímulo elétrico dos ventrículos fica anormal e desorganizado. Assim, há perda da contração efetiva do músculo cardíaco e parada do bombeamento de sangue para o corpo. Nestes casos, os desfibriladores automáticos ou o “choque” podem reverter esta arritmia.
Então, veja o vídeo a seguir para entender um pouco mais:
Quais são os sintomas do infarto agudo do miocárdio?
O sintoma mais comum é o desconforto torácico, ou dor no tórax, com característica de aperto, opressão ou em queimação. Náusea e/ou vômito, fôlego curto, suor frio, tontura ou desmaio podem acompanhar o quadro. Ainda, pode haver dor irradiada para o braço esquerdo, mandíbula, estômago, garganta ou nas costas, entre as escápulas. A dor geralmente dura mais do que alguns segundos, podendo ser prolongada.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito através da combinação de pelo menos dois fatores:
- Sintomas clínicos
- Alterações no eletrocardiograma
- Alterações nos exames de sangue, que indicam lesão do músculo cardíaco
- Alteração do movimento em parte do músculo cardíaco
O tratamento
O tratamento ocorre sempre no hospital.
Nos infartos com alteração típica do eletrocardiograma, abrir a artéria entupida o quanto antes, de preferência em 90 minutos, é fundamental para preservar o miocárdio. Portanto, isto é feito no laboratório de cateterismo. Os melhores resultados ocorrem quando as coronárias são abertas em até 4 horas.
Do mesmo modo, aspirina ou outras medicações são usadas para afinar o sangue e prevenir coágulos nas coronárias Além disso, é importante diminuir o esforço do músculo cardíaco e dilatar as coronárias com remédios, se possível.
Entretanto, nem todos os hospitais estão equipados com um laboratório de cateterismo. Assim, podemos usar medicações que dissolvem os coágulos (trombolíticas) em até 30 minutos da chegada ao hospital, idealmente.
Em alguns casos, a cirurgia de revascularização miocárdica de urgência pode ser necessária.
E depois da alta?
Manter um estilo de vida saudável é importante após o infarto. Para isso, deve-se:
- Tomar as medicações prescritas regularmente
- Praticar exercícios
- Parar de fumar
- Controlar o peso, a pressão arterial, o colesterol e o diabetes
Finalmente, o alerta, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças cardiovasculares podem evitar essa grave situação. Procure seu médico!
Referências:
Wong GC, Morrow DA, Murphy S, et al. Elevations in troponin T and I are associated with abnormal tissue level perfusion: a TACTICS-TIMI 18 substudy. Treat Angina with Aggrastat and Determine Cost of Therapy with an Invasive or Conservative Strategy-Thrombolysis in Myocardial Infarction. Circulation 2002; 106:202.
