Atividade física e saúde
“Ah, viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não para, viver parece ter sono e não poder dormir […]”
Clarice Lispector
Qualquer atividade que envolva os maiores grupos musculares, inclusive aquelas do dia-a-dia, como subir escadas ou ir ao mercado, é considerada atividade física. O exercício é qualquer atividade física feita com o objetivo de manter ou melhorar o condicionamento físico.
De acordo com o IBGE, em 2019, 30.1% dos brasileiros praticaram o nível recomendado de atividade física. No entanto, com a pandemia de Coronavírus, a atividade física no Brasil caiu cerca de 20%.
Por que fazer exercício?
Dr. Drauzio Varella responde!
O exercício queima calorias e auxilia na perda de peso. Também mantém a massa muscular durante a dieta;
O risco de morte prematura cai nas pessoas que se exercitam regularmente;
Diminui a mortalidade por doença arterial coronária e reduz o risco de AVC;
Melhora o controle de açúcar e pode prevenir ou mesmo adiar o aparecimento de Diabetes tipo 2;
O exercício aeróbico ajuda a diminuir a pressão arterial. Isso ocorre mais em hipertensos;
Melhora o perfil lipídico do sangue, aumentando o bom colesterol e diminuindo os triglicérides;
Reduz o estresse, a ansiedade, a depressão;
Ajuda a prevenir a osteoporose e reduz o risco de fraturas;
Auxilia o fortalecimento e o equilíbrio de idosos, prevenindo quedas;
Alguns trabalhos mostram que o exercício pode reduzir o risco de desenvolvimento do câncer de intestino, mamas e próstata;
Alguns estudos sugerem que o exercício retarda ou evita o aparecimento de demência.
Aqui, comentários do Dr. Carlos Alberto Pastore, do InCor- FMUSP, sobre a atividade física:
Quais são os tipos de exercício?
Existem três tipos principais:
AERÓBICO: corrida, caminhada, natação são exemplos. Este exercício refere-se às atividades prolongadas de grandes grupos musculares com oferta adequada de oxigênio pelo fluxo de sangue aumentado;
RESISTÊNCIA: comumente chamado de anaeróbico, é aquele exercício que envolve movimento muscular na privação de oxigênio. Como exemplo, a musculação;
ALONGAMENTO: movimentos destinados a melhorar a flexibilidade, ganhar amplitude articular e a prevenir lesões.
Quanto de exercício é preciso?
Em 2020, a Organização Mundial da Saúde, em sua nova diretriz, recomenda que adultos (de 18 a 65 anos) façam atividade física moderada de 150 a 300 minutos semanais ou de 75 a 150 minutos semanais de atividade física intensa.
Crianças e adolescentes devem praticar ao menos 60 minutos diários de atividade física moderada a intensa.
Idosos com mais de 65 anos devem ser tão ativos quanto sua capacidade funcional permitir. Então, as atividades físicas com múltiplos componentes (por exemplo, o equilíbrio funcional e a força) realizadas em três ou mais dias da semana, podem prevenir quedas e melhorar sua capacidade funcional.
Mulheres grávidas e no pós-parto devem fazer pelo menos 150 minutos de atividade física moderada semanalmente. Aquelas que praticavam atividades intensas podem continuar a praticar na gestação e no pós-parto. Da mesma forma, avaliação médica pode ajudar!
Atenção: Exercícios de intensidade moderada a alta são aqueles que permitem que se mantenha uma conversa.
ANTES DE COMEÇAR A ATIVIDADE FÍSICA:
É sempre melhor checar como vai a sua saúde antes de começar a se exercitar.
Pessoas com diabetes ou fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e dislipidemia, podem precisar de exames mais específicos antes de iniciar os treinos. Deste modo, devem praticar exercícios sob orientação profissional.
O ideal é que a rotina de exercício caiba na agenda diária, que seja parte do dia-a-dia. Deve ser prazerosa e, idealmente, mesclar os tipos de exercício. A quebra de rotina é comum e retomar pode ser difícil. Não desanime!
IMPORTANTE:
Na recuperação, deve-se diminuir a intensidade do exercício ao final do treino, por aproximadamente 5 minutos. Isto evita que a pressão caia subitamente e cause tontura.
QUANDO SE PREOCUPAR:
Procure seu médico imediatamente se sentir:
Dor ou pressão no peito. Pode irradiar para braços, costas, pescoço ou mandíbula;
Náusea ou vômito durante o exercício;
Palpitações rápidas e permanentes, mesmo após a interrupção da atividade física;
Tontura ou sensação de desmaio durante o exercício.
CUIDADOS AO SE EXERCITAR:
Lembre-se que a hidratação é fundamental durante e após o exercício. Evite se exercitar na rua nos extremos de temperatura. Use roupas e calçados adequados.
Portanto, movimente-se! Faz bem à saúde!
Referências bibliográficas:
WHO 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour.
World Health Organization, Geneva2020
Physical activity guidelines 2020: comprehensive and inclusive recomendations to activate populations.
The Lancet, 2020;396:1780-1782
Kodama S, Saito K, Tanaka S, et al. Cardiorespiratory fitness as a quantitative predictor of all-cause mortality and cardiovascular events in healthy men and women: a meta-analysis. JAMA 2009; 301:2024.
[…] Aumento dos triglicérides […]
[…] pessoas têm sintomas leves, como fadiga, palpitações, fôlego curto principalmente com exercícios, algum desconforto […]
[…] Praticar exercícios […]
[…] para mitigar os efeitos da deficiência hormonal, a mulher de 50 anos deve manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, boa qualidade de sono e muita atividade física. Essas atitudes […]