A visão nada mais é senão um determinado uso do olhar
Merleau-Ponty
Estamos tão acostumados a enxergar que mal nos damos conta de cuidar dos nossos olhos. Não é raro que as pessoas se surpreendam quando se percebem capazes de enxergar: muitos se lembram da sensação de quando colocaram os óculos pela primeira vez.
E é, por outro lado, extremamente gratificante quando presenciamos o retorno da visão para quem temia não recupera-la mais.
Está tudo bem?
A nossa maior dádiva, paradoxalmente, é o maior perigo para a saúde ocular: temos 2 olhos! E temos ainda o nosso cérebro que ao mesmo tempo que nos adapta, nos engana: por vezes estamos enxergando apenas por um deles e nem percebemos. Ou, então, um olho acaba compensando o outro, e nem percebemos que não estão enxergando em sua totalidade.
Então, quando procurar um oftalmologista?
O maior cuidado precisa estar nas crianças: o desenvolvimento visual nos primeiros anos de vida é FUNDAMENTAL, já que, se os olhos não alcançam todo seu potencial nesta fase, não há como correr atrás. Assim, convém que o oftalmologista acompanhe esta primeira fase: o corpo e a forma do olho estão em constante mudança, inclusive com tanta mudança de comportamento acentuado pela pandemia (uso de telas, a necessidade do foco para perto em detrimento das brincadeiras ao ar livre)
Nos adultos que não usam lentes de contato, sem história de familiares com doenças oculares, ou doenças sistêmicas que possam afetar o olho, a Academia Americana de Oftalmologia recomenda:
- Dos 20 ao 30 anos, vale a pena uma visita ao oftalmologista pelo menos uma vez.
- Dos 30 aos 40 anos, consideramos 2 visitas.
- Após os 40 anos, com a presbiopia e algumas doenças oculares (principalmente o glaucoma), pelo menos a cada 1-2 anos.
Mas.. por aqui, sempre vale um teste bem simples:
- Tampe o olho direito e verifique se o olho esquerdo enxerga para tanto para longe quanto para perto.
- Tampe o olho esquerdo e faça o mesmo com o direito.
Notou diferença? Convém procurar seu oftalmologista 😉
