Segundo o site da Climatempo, em outubro teremos um revival do calorão por conta do fenômeno meteorológico conhecido como El Niño, quando o oceano Pacífico Equatorial está mais quente do que a condição média histórica, acarretando efeitos globais na temperatura, umidade e precipitação. Ou seja, aquele calorão que vimos nas últimas semanas deve reaparecer depois uma pequena pausa.
Muita gente passou mal, dormiu mal, ficou irritada…será que tudo isso tem relação com a temperatura? Quando o calor excessivo está fazendo mal para a sua saúde?
O calor atinge muito mais a nossa saúde do que imaginamos.
Quando a temperatura corporal aumenta rapidamente. pode danificar o cérebro ou outros órgãos vitais. Por isso o nosso organismo detecta quando a temperatura está aumentando e começamos a suar, entre outras alterações, para poder eliminar parte do calor .
Ao evaporar, o suor leva um pouquinho da temperatura para baixo, resfriando. Porém vários fatores afetam a capacidade do organismo de se resfriar nos dias muito quentes.
Quando a umidade é alta, o suor não evapora tão rapidamente, impedindo que o corpo libere calor rapidamente.
Outras condições que podem limitar a capacidade de regular a temperatura incluem idade avançada, ou pouca idade (0-4 anos).
Ter obesidade, febre, desidratação, doenças cardíacas, doenças mentais, má circulação, e uso de alguns medicamentos específicos, bem como consumo de álcool, podem deixar você mais suscetível aos efeitos do calor.
Calor e comportamento
Na área da saúde mental, os efeitos não ficam restritos a um certo desconforto, há dados apontando para um aumento significativos da irritabilidade, dos sintomas de depressão, ansiedade juntamente com aumento de procura de pronto atendimento e de suicídios inclusive .
Também pode afetar o comportamento, contribuindo para o aumento da agressão e da incidência de violência doméstica além do aumento do uso de substâncias.
Igualmente, altas temperaturas podem estar associadas a problemas de memória, atenção e tempo de reação. As dificuldades de sono ocasionadas pelo calor extremo podem contribuir e agravar ainda mais os sintomas.
Ainda foi positivamente associada a taxa de suicídio, a atendimentos hospitalares ou internações por doenças mentais e a piora do bem-estar da comunidade.
Quem deve tomar mais cuidado?
Atletas de modalidades externas e trabalhadores em ambientes externos: atenção se houver suor intenso ou ainda dor muscular e espasmos.
Pessoas idosas: Mesmo em pessoas saudáveis com mais de 65 anos a termo regulação pode estar prejudicada. Podem apresentar limiares de sudorese elevados e com percepção reduzida de sede. Além disso, eles notam aumento na temperatura da pele somente quando for superior a 5 C, enquanto este limite é de 0,5 C em adultos jovens. Deste modo não dá para esperar ter sede, a ingestão de líquidos deve ser feita de forma programada.
Pessoas com demência apresentam risco aumentado de hospitalização e morte durante ondas de calor intenso.
Alguns medicamentos psiquiátricos, podem afetar a forma como o corpo de uma pessoa regula a temperatura.
Pessoas que utilizam lítio devem ficar atentas, pois a desidratação pode levar a quadros de intoxicação. Os sintomas incluem sonolência, tontura, fraqueza, vômito, diarréia, sede, visão embaçada, zumbido, tremor, aumento da micção e/ou ritmo cardíaco, procure ajuda médica.
Crianças até 4 anos devem receber atenção redobrada.
Sinais de que o calor excessivo esta fazendo mal a sua saude
- Alta temperatura corporal
- Pele quente, vermelha,
- Dor de cabeça
- Tontura
- Náusea
- Confusão mental,
- Perda a consciência (desmaiar)
- Cãibras musculares, espasmos
- Cansaço ou fraqueza
- Redução da quantidade de urina, urina escurecida
O que fazer?
Mantenha-se hidratado, beba mais água que o habitual, não espere ficar com sede.
Se estiver muito quente, tome um banho para refrescar.
Durante atividade física , ou trabalho externo:
Mantenha um ritmo mais tranquilo.
NUNCA deixe crianças ou seus animaizinhos de estimação, ou quem quer que seja dentro do carro,
Os carros podem aquecer muito rapidamente . Deixar uma janela aberta não é suficiente – a temperatura dentro do carro pode subir, mesmo com uma janela aberta.
Referências
Charlson F, Ali S, Benmarhnia T, Pearl M, Massazza A, Augustinavicius J, Scott JG. Climate Change and Mental Health: A Scoping Review. Int J Environ Res Public Health. 2021 Apr 23;18(9):4486.
www.cdc.gov
www.psychiatry.org
