Miomas  uterinos são os tumores ginecológicos mais freqüentes entres as mulheres, principalmente em idade reprodutiva.

O que são os miomas uterinos?

Em geral são nódulos uterinos benignos, formados por células do tecido conjuntivo: células musculares  e  fibroblastos (que são as células responsáveis pela “cicatrização” dos tecidos,  produtoras de matriz extracelular com colágeno e elastina).

útero lenhoso

Por esse motivo estas lesões se apresentam como nódulos, em geral de formato bem redondo, normalmente muito firmes, de consistência pétrea ou lenhosa (=madeira), de tamanhos variados:  desde  nódulos menores que um grão de arroz  a lesões que pesam quilos.

 

O maior mioma registrado pela medicina moderna tinha em torno de 27 quilos, o equivalente a uma  gestação de sêxtuplos (!!!), e foi retirado por cirurgia de histerectomia em Cingapura em 2018.

Existem miomas únicos, mas em sua maioria são múltiplos, e podem se distribuir por todas as regiões do útero.

São lesões benignas, mas podem ser fatores de confusão para que se faça um diagnóstico de outras lesões eventualmente malignas do útero, como os Sarcomas ou Câncer de Endométrio.

Os miomas têm relação com os estímulos hormonais : estrógenos e progesterona afetam seu crescimento. São mais comuns em mulheres que possuam ciclos menstruais, sendo que estes ciclos podem se apresentar muito alterados em duração e intensidade pela presença dos nódulos de mioma.

Incidência 

Os estudos populacionais variam, mas acredita-se que seja possível encontrar miomas em 50% das mulheres, mesmo que não apresentem nenhum sintoma.

A idade de maior frequência dos leiomiomas é de 40 a 50 anos.

Após a menopausa, a tendência é que, com a queda dos hormônios, os miomas reduzam seu volume em até 40% logo nos primeiros 2 anos.

Os tratamentos hormonais podem levar os nódulos a crescerem, mas os principais fatores de risco para estas lesões são intrínsecos às características da mulher:

Etnia: mulheres orientais e afrodescendentes tem maior incidência de miomas (aproximadamente 2 vezes mais que as mulheres em geral)

Hereditariedade: aquelas que tem familiares de primeiro grau portadoras de miomas têm maior incidência dessa patologia.

Hormonal: todas as condições que levam a desequilíbrio hormonal fazem com que os miomas cresçam mais: 

Sindrome dos Ovários Policísticos

  • Síndrome de Ovários Policísticos
  • Obesidade (maior conversão de hormônios no tecido adiposo)
  • Primeira menstruação precoce (maior numero de ciclos menstruais)
  • Menopausa tardia(maior número de ciclos menstruais )
  • Tratamentos de fertilização assistida

enfim, tudo que pode levar a um estado de hiper-estimulação hormonal

Sintomas:

  • cólicas menstruais intensas
  • dificuldade para urinar
  • sensação de peso na pelve
  • dor abdominal e pélvica
  • polaciúria ( aumento da frequência urinária com baixo volume em cada evento)
  • infertilidade
  • dor nas costas
  • aumento do volume abdominal
  • hemorragia menstrual (com saída de coágulos)
  • peso nas pernas
  • menstruação prolongada ou com escapes
  • anemia
  • obstipação intestinal (=dificuldade para evacuar)

Tratamentos:

Os leiomiomas uterinos podem ser tratados de acordo com 2 fatores principais: sintomas e desejo reprodutivo.

Esta é uma delicada equação que deve levar em conta o que os nódulos estão trazendo de desconforto para a mulher e suas eventuais conseqüências em relação a sua saúde como um todo.

miomectomia videolaparoscópica
miomectomia videolaparoscópica

miomectomiaPara as mulheres  que desejam ainda ter filhos, os miomas podem representar um obstáculo mecânico a fecundação ou ao crescimento do bebê. Nestes casos, a cirurgia (chamada miomectomia) consiste na retirada exclusiva dos nódulos, conservando a estrutura do útero.

Já nos casos em que a mulher sofra de hemorragias, dor e anemia e já tenha tido os filhos que planejou, a opção da histerectomia (retirada cirúrgica do útero todo) pode ser uma boa alternativa, principalmente se esta mulher necessitar tratamento para os sintomas da menopausa.

Tais sintomas são frequentemente tratados com hormônios, que fariam os miomas crescerem  e  causarem dor e desconforto ou sangramentos indesejados.

SIUExistem também tratamentos conservadores ‘de controle dos sintomas’, porém esta modalidade não elimina os nódulos; seu objetivo é controlar o sangramento menstrual excessivo e eventual mente reduzir as dores e a os sintomas causados pelo efeito de massa do volume das lesões.

Por se tratar de patologia benigna, o tratamento dos miomas está condicionado aos sintomas causados pelos nódulos. Se a mulher não apresentar nenhum sintoma, podemos apenas fazer observação clínica e cuidados.

É muito importante percebermos que tudo está intimamente ligado: controle de peso, atividade física, alimentação equilibrada , equilíbrio hormonal, bem estar físico e mental e cuidados com a saúde. 

No caso dos miomas não é diferente. Se algo te incomoda, procure médicos de sua confiança e siga firme as orientações para um bom diagnóstico e cuidados.

 

elephant in the womb