Muitas mulheres adultas já passaram por essa situação de uma vontade desesperadora de urinar. Pode ser a infecção da bexiga, uma doença comum que com medidas práticas e simples pode melhorar muito.

A Dra Patrícia de Rossi,  mestre em Medicina (Ginecologia e Obstetrícia) pela Faculdade de Medicina da USP,

Dra Patricia de Rossi explica ao Panacea sobre cistite.

professora da Universidade Santo Amaro (UNISA), preceptora da Residência de Ginecologia e Obstetrícia do Conjunto Hospitalar do Mandaqui explica no Panacea um pouquinho sobre esse problema que pode causar grande desconforto, e as vezes evoluir para uma infecção mais séria do sistema urinário:

A cistite é uma forma de infecção urinária (ITU) muito comum nas mulheres – mais de 50% terão pelo menos uma vez na vida. Algumas, inclusive, terão infecções de repetição e precisarão de atenção especializada.

Arde para urinar? Pode ser cistite…

A cistite afeta mais as mulheres causando grande desconforto

A ITU (Infecção do Trato Urinário) costuma começar subitamente com incômodo ou dor para urinar, desconforto na parte inferior do abdome e vontade súbita e frequente de urinar. Porém, sai pouca urina e fica uma sensação de que a bexiga não se esvaziou completamente. Todos esses sintomas são consequência de uma inflamação intensa. Algumas vezes pode haver sangue ou odor desagradável na urina, que também pode ter aspecto turvo.

As bactérias que causam a ITU são de origem intestinal, onde fazem parte da flora normal. Como a uretra, na mulher, fica próxima da vagina e do ânus, elas podem colonizar (ou seja, se multiplicar) na região e, dependendo das suas características e dos meios de defesa do trato urinário, levar à infecção. A espécie mais frequente é a Escherichia coli, responsável por ¾ dos casos. Outros agentes comuns são espécies de Klebsiella, Proteus, Staphylococcus epidermidis e Streptococcus agalactiae.

Quem pode ter cistite?

Alguns dos fatores de risco de cistite são relação sexual recente, novo parceiro sexual no último ano e atividade sexual frequente, uma vez que o coito facilita a subida das bactérias para a bexiga. A infecção também é mais comum em mulheres que tiveram ITU na infância, usam diafragma e espermicida como método anticoncepcional ou com doenças que alteram o esvaziamento da bexiga (por exemplo, doenças neurológicas, diabetes ou prolapso de órgãos pélvicos).

Como tratar?

Como a cistite é uma infecção bacteriana, seu tratamento é baseado em antibióticos. Por isso, é necessário ter uma avaliação médica para o diagnóstico correto. Em alguns casos são necessários exames de urina (urina I, urocultura), principalmente em gestantes, suspeita de acometimento renal, ITU de repetição ou dúvida no diagnóstico. Dependendo do medicamento utilizado, o tratamento pode ser feito em dose única ou por até sete dias. Analgésicos comuns e anti-inflamatórios podem ser usados para alívio da dor, especialmente nos primeiros dois dias do uso do antibiótico.

Espera-se que os sintomas melhorem após 48 horas; caso contrário, é necessária uma reavaliação para checar se a bactéria não é resistente ao antibiótico usado. A resistência bacteriana tem sido um problema frequente e decorrente, especialmente, do uso incorreto ou indiscriminado de antibióticos. Uma das atitudes importantes para evitar essa complicação é fazer o tratamento completo, mesmo que os sintomas tenham passado.

Como evitar?

Atitudes simples podem ajudar a reduzir a chance de cistite e são recomendadas para prevenir novas infecções: ingestão adequada de líquidos, micções frequentes e completas, higiene genital adequada e micção logo após a relação sexual.