Rosas mortas

 

Sabemos que o declínio dos hormônios sexuais femininos é causa de  diversos desconfortos na vida feminina, sendo que os fen§menos de atrofia intima (genital) progressiva são causadores de desconfortos que limitam muito o bem estar da mulher nessa fase, sendo protagonista de frequentes  situações desagradáveis  e até mesmo vexatórias pelas quais as mulheres se deparam no Climatério e pós-menopausa.

Quando começa a insuficiência hormonal do Climatério?

As mulheres nascem com a reserva completa de óvulos que vão utilizar durante a vida toda.

Aos 21 anos a mulher atinge sua plenitude reprodutiva e a partir daí a reserva permanece alta  por muitos anos, se nada como cirurgias, doenças  ou tratamentos interferirem nessa reserva.

Com 35 anos esta reserva começa a cair significativamente ate que por volta dos 45 anos se iniciam os principais sintomas da queda hormonal, principalmente do Estrogênio.

Na maioria da população, a menopausa propriamente dita ocorre por volta dos 50 anos.

O que é o Estrogênio?

Estrogênios
Moléculas dos 3 tipos de estrogênios

O principal hormônio produzido pelos ovários chama-se Estradiol (um tipo de estrogênio).

 

Ciclo hormonal feminino
Ciclo hormonal da mulher

 

Todos os tecidos  do organismo feminino, desde o desenvolvimento fetal  intrauterino, são expostos aos hormônios, principalmente Estrogenos. 

Assim sendo, todos esses tecidos se desenvolvem sob um regime hormonal de padrão  estrogênico que confere então todas as características femininas.

Este hormônio é predominante na primeira fase do ciclo menstrual e é responsável por todos os caracteres estruturais de um corpo feminino.

 

Quais os principais efeitos da baixa hormonal nos sistema reprodutor feminino?

 

Quando os níveis dos estrógenos começam a baixar, os tecidos perdem em funcionalidade e viço.

 A piora da produção e da qualidade do colágeno traz menor elasticidade aos tecidos e perda das capacidades de estabilidade dos órgãos pélvicos.

Incontinência UrnáriaAssim, as mulheres percebem mais dificuldade de manter adequada continência  da urina, apresentando perdas aos esforços ou a chamada ‘nictúria’ que consiste numa relativa redução de capacidade elástica  da bexiga: Incontinência urinária e urgência miccional.

 

Essa condição é principalmente desconfortável durante as noites, quando a mulher tende a ter vários eventos de despertar para urinar tendo sua qualidade de sono ainda mais prejudicada.

Colágeno e idade

Também podemos observar  problemas de estática pélvica como os prolapsos (que é a perda do posicionamento adequado dos órgãos até que eles passem a se apresentar aparecendo externamente na vulva).

Redução da vascularização e do número de camadas dos tecidos causam afilamento dos revestimentos mucosos, perda da irrigação e da lubrificação e consequente secura vaginal e desconforto durante as atividades sexuais, com maior demora para que a mulher atinja a excitação necessária ao orgasmo e eventualmente dor durante o ato sexual de penetração.

Microflora vaginal
Flora vaginal de acordo com o pH

A perda do microambiente vaginal, com aumento do pH vaginal que habitualmente precisaria ser ácido e leva a escassez da flora protetora vaginal constituída pelos Bacilos de Doderlein, os famosos Lactobacillus, que exercem um papel protetor na região, evitando sua colonização por germes patológicos.

Dessa forma, esta situação favorece o surgimento de infecções como cistites e vaginites de repetição e até mesmo vaginites apenas por atrofia.

O que fazer com os sintomas da atrofia íntima?

Existem basicamente três tipos de abordagem para tratamento destes sintomas:

I- Comportamental

II- Terapias Locais

III- Hormonioterapia

I-Terapias Comportamentais:

A depender da intensidade dos sintomas apresentados, existem múltiplas técnicas de minimizar os desconfortos, podemos citar:

  • uso de hidratantes vaginais 2 vezes por semana
  • exercícios de fisioterapia pélvica
  • aplicação lubrificantes íntimos a base de água no momento da relação
  • reorientação do casal (terapia sexual)
  • perda de peso (o sobrepeso favorece os prolapsos e a incontinência urinária )

II- Terapias Locais:

Laser vaginal

Em sua maioria têm como objetivo o estímulo das camadas profundas dos tecidos pélvicos , levando a estimulação da produção de colágeno novo nestes locais e também aumento da vascularização local e consequente melhora da lubrificação e resistência locais:

  • Laserterapia: tratamento a base de aplicações de laser de CO2 ou de Érbio
  • Ultrassom microfocado
  • Fraxx – radiofrequência

 

 

Outros se propões a produzir melhora da força de contenção da musculatura local:Fisioterapia pelvica

  • Fisioterapia pélvica
  • Acupuntura
  • Eletroestimulação
  • Pompoarismo
  • Biofeedback

 

III- Hormonioterapia:

São tratamentos medicamentosos que podem ser usados em preparações para uso local (diretamente na própria mucosa genital, sem propósito de tratamento de sintomas mais gerais) ou sistêmica  (oral, transdérmico, injetável, implantes: onde os hormônios são absorvidos para o sangue e circulam por todos os órgãos  com intenção de tratamento geral)

  • Estrogênio  ‘bioidenticos’ ou ‘isomoleculares’ de uso sistêmico  ou genital(local)
  • Estrogênios sintéticos de uso genital, sem absorção sistêmica
  • Estrogênios sintéticos de uso sistêmico
  • Androgênios (de forma prática: Testosterona) de uso tópico ou sistêmico
  • Progestagênios ( hormônio da segunda fase do ciclo feminino e que é o primeiro a manifestar declínio durante as primeiras fases da transição do climatério )
  • Outros

Hormonioterapia

Qualquer dos tratamentos propostos, o mais importante é que a mulheres saiba que tais condições são relacionadas às variações hormonais desse período de vida para que possa então buscar o tratamento mais adequado para seu momento e sintomas. Cada tratamento tem suas indicações  e contra-indicações específicas e apenas um profissional da área tem capacitação para orientar as melhores opções para cada caso.

Atrofia intima