Apneia do Sono: Que pesadelo é esse?
O que é?
Apneia do sono é a desordem causada pelo colapso das vias aéreas superiores durante o sono, gerando grande esforço inspiratório e pausas (apneias).
Como sei quem pode ter apneia do sono?
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Você tem pesadelos? Acorda durante o sono?
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Você ronca muito quando dorme?
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Passa o dia sonolento?
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Acorda já cansado?
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Tem muita dor de cabeça durante o dia?
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Tem dificuldade de concentração e memória?
Estes podem ser alguns dos sintomas da apneia do sono.
Em primeiro lugar, é preciso saber que é um problema frequente. Quem não conhece alguém que ronca muito? A apneia do sono é mais frequente em homens, mas acomete também mulheres (principalmente após a menopausa) e crianças. As implicações clínicas nas mulheres podem ser mais graves. Nos adultos se associa à obesidade, síndromes metabólicas. No entanto, pode ocorrer em pessoas dentro da faixa de peso normal.
O que acontece durante o sono?
Durante o sono, várias alterações fisiológicas normais ocorrem, como a menor atividade muscular com hipotonia do palato, redução do calibre da laringe, redução da expansão da caixa torácica e do diafragma durante a respiração. Em alguns indivíduos, a hipotonia muscular associada à pressão negativa gerada com a inspiração pode promover o colapso e obstrução da passagem do ar. Isso causa um reflexo de maior esforço ventilatório, que aumenta ainda mais a pressão negativa e pode promover uma obstrução total das vias aéreas.
Nestes pacientes a troca gasosa pode ficar comprometida com acúmulo de CO2 e hipóxia.
Além disso, acredita-se que esse colapso das vias aéreas dependa da conformação craniofacial, da quantidade de tecido adiposo da base da língua e laringe, e de outros fatores inerentes da complexa fisiologia do sono REM.
A ingestão de álcool, sedativos, cansaço extremo propiciam esta queda da base da língua, e nestas situações, o fluxo turbulento de ar pelas vias aéreas provoca o RONCO. Mas atenção! Nem todos aqueles que roncam tem apneia do sono. Em contrapartida, todos que tem apneia roncam.
Como consequência, não apenas a respiração é prejudicada, mas também a qualidade do sono.
E, ainda assim, os problemas não são apenas na hora de dormir… A apneia pode ter consequências na sua saúde.
Veja esse rápido resumo da apneia.
É importante diagnosticar? Quais os problemas que a apneia pode gerar?
A apneia do sono:
- aumenta a pressão arterial,
- dificulta o controle do açúcar e dos lipídios no sangue, causando descontrole metabólico,
- aumenta a incidência de arritmias cardíacas como a fibrilação atrial,
- aumenta o risco por de morte por infarto do miocárdio e por insuficiência cardíaca,
- aumenta o risco de AVC,
- aumenta o risco de hipertensão pulmonar
Há inúmeras vantagens de se ter uma boa noite de sono, de modo que a sua privação crônica pode impactar negativamente na saúde e também no desempenho cognitivo.
Como fazer o diagnóstico?
O diagnóstico precisa ser confirmado através de uma polissonografia.
Tem tratamento?
Finalmente, existe tratamento com reversão dos sintomas, possibilidade de controle da pressão arterial e metabólico. É importante verificar com um otorrinolaringologista se há obstrução das vias aéreas altas, pois algumas necessitam de intervenção. O tratamento é feito com uma pequena máscara acoplada à face que permite oferecer uma pressão positiva de ar, impedindo o colapso das vias aéreas durante o sono ( CPAP). No entanto, o uso desta máscara exige uma certa adaptação por parte do paciente, o que muitas vezes pode implicar a baixa aderência ao tratamento. Assim, atitudes de mudança de estilo de vida são uma parte essencial do tratamento. É importante perder peso e fazer exercícios físicos. Exercícios específicos para a musculatura da orofaringe com a orientação de um fonoterapeuta também podem ser indicados.
Uma noite tranquila, sem pesadelos…
Concluindo, a mudança de estilo de vida pode ser uma solução para noites mais tranquilas, sem pesadelos e bons sonhos!
Para saber mais:
American Journal of Cardiology, The.
Takama, Noriaki, MD; Kurabayashi, Masahiko, MD. Publicado March 1, 2009. Volume 103, Issue 5. Páginas 730-734. © 2009.
ACC (Journal of the American College of Cardiology).