ronco apneia do sono

O ronco e apneia do sono  são  queixas frequentes entre os casais por ai.

Muitas vezes, este som atrapalha o sono da esposa/marido.

Nem sempre está presente nos primeiros anos de casamento e com o tempo passa a incomodar mais e mais. E  pode ser até motivo de separação do casal, pelo menos de quartos.

Ronco e ronco com apneia do sono são coisas diferentes?

Sim. Primordialmente, o ronco é apenas o ruído da vibração das paredes da faringe que pode acontecer de forma isolada ou, ainda, em conjunto com a apneia que é pausa da respiração durante o sono.

Além de incomodar o cônjuge, sabe-se que ronco  quando acompanhado de apneia do sono pode levar a sérios prejuízos, como: aumento da pressão arterial, espessamento da artéria carótida, arritmias, ndrome metabólica, hipertensão pulmonar e até risco de derrames.

Há, ainda, os sintomas diurnos que nem sempre podem parecer relacionados ao ronco e apneia do sono, tais como cefaleia matinal, sonolência, alterações de memória, etc.

Como se indentifica a apneia do sono?

A apneia não é percebida pela própria pessoa. Claro, ela está dormindo! Mas pode ser observada pelo companheiro(a) ou por outra pessoa.
É a polissonografia que identifica, de fato, a presença da apneia obstrutiva do sono. Este exame nos dá quantas apneias ocorrem por hora, em que fase do sono, quais os tipos de apneias, se há variação da concentração de oxigênio no sangue, alteração da frequência cardíaca, entre outros.

Mas então o que pode ser feito para tratar ronco e apneia do sono?

Primeiramente, é importante avaliar a via respiratória para investigar uma possível obstrução no nariz ou na garganta. E mais, você sabia que as características da face e o tipo de oclusão dentária do paciente podem também influenciar a apneia? Quem tem queixo pequeno tem mais chances de ter apneia.  E nunca devemos devemos esquecer do sobrepeso que agrava a condição respiratória.

O tratamento da obstrução nasal é mandatório, pois esta é um importante fator de piora dos quadros do ronco e apneia. É necessário corrigir o desvio septal, introduzir o tratamento para rinite, etc.

O CPAP (pressão de ar positiva contínua) é na maioria das vezes o tratamento mais efetivo. Trata-se de um pequeno aparelho que injeta o ar sob pressão no nariz e assim evita a obstrução da via aérea. Para uma boa adaptação do CPAP é importante que o nariz esteja pérvio. Mais um motivo para tratar a obstrução nasal.

Vários tipos de procedimentos cirúrgicos podem contribuir para o tratamento da apneia do sono, mas seus resultados dependem da correta análise de cada paciente. Deve-se avaliar onde há obstrução da via aérea, bem como o tipo de face, a oclusão dentária, etc. Cada paciente deve se beneficiar de um tipo de tratamento, por exemplo a  uvulupalatofaringoplastia (remodelação do palato mole), retirada das amígdalas, avanço maxilo-mandibular ou seja correção das proporções da maxila e da mandíbula.

Há, ainda, pacientes que se beneficiam do uso de dispositivos dentários que podem reposicionar a mandíbula, por exemplo.

O que mais pode ajudar no tratamento do ronco e apneia do sono?

Mudanças no estilo de vida podem contribuir com o tratamento, como por exemplo:

Enfim, como você viu, o ronco e a apneia obstrutiva do sono podem e devem ser tratados para a melhorar da qualidade do sono do paciente e ainda contribuir para o sono de quem dorme ao lado!!

Mas, lembre-se: o tratamento do ronco e da apneia devem ser cuidadosamente individualizados.

Respire bem e durma melhor!

 

https://www.nhsinform.scot/illnesses-and-conditions/lungs-and-airways/obstructive-sleep-apnoea

 

Referência:

Yaremchuk K. Why and When to Treat Snoring. Otolaryngol Clin North Am. 2020 Jun;53(3):351-365. doi: 10.1016/j.otc.2020.02.011. Epub 2020 Apr 24. PMID: 32336469.

Escrito por

Renata Di Francesco

Graduada em Medicina em 1993 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e especializada em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Doutorado em 2001 e o título de Professora Livre-Docente foi obtido em 2010.
No dia a dia dedica, no consultório privado o cuidado com pacientes e familiares.
Ainda no Hospital das Clínicas da FMUSP, hoje, coordena o Estágio em Otorrinolaringologia Pediátrica.
Outros desafios:
Diretora da Educação Médica Continuada da ABORLCCF (2012-2014)
Presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (2015-2016)
Diretora Secretária da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (2015),
Diretora do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo-SPSP (2016-2019)
Coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento e Aprendizagem da SPSP (desde 2019)
Diretora do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria -SBP (desde 2019).