“Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”
W. Shakespeare
Estávamos voltando da praia, pela serra do mar, dia maravilhoso e nós no carro…
A quietude mostrava bem o clima de fim de festa, acentuado pelo belo convite que a natureza insiste em nos oferecer, mesmo sabendo que é hora de voltar.
As crianças, enfim, aceitam pelo hábito.
Mas o pensamento fica loooongeeee…
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Olhando pela janelinha para a orla do mar, Lulu, lunar, então com 6 anos, pergunta:
– Mamãe, a praia tem fim?
Já enxergava a cena que ela estava imaginando. Estava na fase de encanto pelo universo, pelos planetas, estrelas.. começava a passear além do mundo sublunar de Aristóteles.
– Imagine um prato em cima da mesa. Agora, o continente é o prato e a mesa é o mar. Se caminharmos na bordinha do prato (a praia), nunca vamos parar. Não tem fim. Mas por outro lado, onde termina o prato? É onde começa a mesa. Então tem fim!
Adoro os caminhos do pensamento, os saltos, a ponte entre vias paralelas que acaba por aproximá-las de um modo inusitado. As crianças são filósofas por natureza. A vida utilitária que nos foi imposta é que mascara e corta todo esse encanto.
Aí vem a Gabi, sublunar, terrestre, 9 anos
– Mas do que vocês estão falando? Vocês estão loucas? A praia termina onde começam as pedras, oras!
Rimos.
Muito.
Como não nos curvar à praticidade, à ação, ao visível, ao real…
… ao útil?
Talvez, para as crianças, sua vã filosofia possa imaginar muito mais coisas do que o que está entre o céu e a terra…
Para a trilogia:
Nós e as crianças, o céu e a terra 2
Nós e as crianças, o céu e a terra 3
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[…] e estiver errado, você irá para o fogo eterno.” Aposta de B. Pascal Leia a trilogia: Nós e as crianças, o céu e a terra Nós e as crianças, o céu e a terra 3 E para as mães: Mãe. Para sempre Somos Todos […]