mulher espirrando

Nestes tempos de frio intenso, os síndromes gripais vêem se espalhando por aí. Espirros e tosse podem ser deflagradores de escapes de xixi que são extremamente constrangedores para qualquer um.

Além disso, o frio e a secura também favorecem os quadros alérgicos de rinites, tão comuns em ambientes urbanos.

Dessa forma, espirros e  tosse têm se tornado eventos comuns no nosso dia a dia.

E então, além de tudo isso, nos vemos forçadas  a enfrentar um dos eventos mais constrangedores da vida: a perda urinária.

Pessoas de todas a s idades e gêneros podem vir a enfrentar esses eventos em algum momento de suas vidas. 

Entretanto são as mulheres as mais afetadas precocemente por esta entidade, podendo acontecer em 1 a cada 3 mulheres após os 40anos de idade.

Como ocorre o controle da micção normal?

Bexiga urinaria

O ato de urinar, embora pareça simples, envolve inúmeros fenômenos tanto biofísicos como mecânicos e neurológicos bastante complexos e integrados.

A princípio, o enchimento da bexiga distende este músculo (chamado detrusor) que é a própria estrutura da bexiga. Isto conduz estímulos a partir dos nervos da medula sacral diretamente ao cérebro (no centro da micção na ponte) onde acontece então a coordenação entre a contração da bexiga e o relaxamento da uretra para que o xixi possa sair.

O primeiro desejo miccional costuma acontecer entre 200 e 300ml de conteúdo de urina na bexiga. Então a pessoa decide conscientemente se é ou não o momento adequado para tal. Se for, o reflexo se estabelece e a diurese acontece, muitas vezes também com a ajuda da contração (voluntária também) dos músculos da parede abdominal e do assoalho pélvico, ajudando a impulsionar o jato de urina.

Tipos de Incontinência Urinária

A perda involuntária de urina pode ocorrer por causas mecânica, funcionais, infecciosas ou inflamatórias ou  neurológicas  e psicológicas.

As causas mais frequentes são:

  • Cistites (processos inflamatórios ou infecciosos na bexiga causados por infecção ou lesão por meios físicos como radioterapia,  endometriose, endometrite)
  • Atrofia (decorrente do envelhecimento e da  falta de hormônios)
  • Bexiga hiperativa (mais comum em crianças e jovens, quando a bexiga sofre contrações independentes do ato de urinar)
  • Neurológicas (traumas medulares, doenças degenerativas, demência senil, doenças auto-imunes, distúrbios  psiquiátricos, acidentes vasculares cerebrais , Alzheimer’s)
  • Traumas mecânicos (pós parto, acidentes)
  • Extravasamento (super-enchimento da bexiga: uso de diuréticos, diabetes insipidus)
  • Compressão extrínseca da bexiga: sobrepeso, tumores uterinos como miomas, tumores ovarianos

Como ocorre a perda de urina?

Nos casos de perda aos esforços, as o que costuma ocorrer é uma associação de fatores:

frouxidão do esfíncter da uretra, bexiga reativa e uma forte contração dos músculos abdominais e do assoalho pélvico

angulo da uretra e bexigaMulheres que já possuam um deslocamento da bexiga também estão mais propicias a sofrer mais com as perdas involuntárias de urina, por perda dos mecanismos locais de conter urina como o ângulo que deve existir entre a uretra e  a bexiga, de modo que quanto mais a bexiga ficasse cheia, mais “fechado”este ângulo se tornaria, ajudando na manutenção da continência urinária.

Por isso  mulheres que sofrem de cistocele ou de prolapso genital tendem a ter piora do quadro de incontinência urinária .

Tratamentos:

Para cada causa de incontinência urinária existe uma gama variada de tratamentos disponíveis.

Sempre, em primeiro lugar devemos atentar para fazer o adequado diagnóstico das causas em cada situação específica para que o tratamento seja personalizado e direcionado de modo a conseguir maior eficácia.

aparelho urinário

Dentre os tratamento específicos possíveis temos:

  • Fisioterapia pélvica
  • Laser, Alta-frequência
  • Cirurgias (desde correção pontual do assoalho pélvico até histerectomia)
  • Hormonioterapia
  • Paliativos (pesários, sondagem)

Além dos tratamentos das causas de base de outros sistemas: compensação dos distúrbios metabólicos, perda de peso, tratamento de tumores pélvicos e abdominais, tratamento neurológico e psiquiátrico e etc.

Mesmo os melhores tratamentos apresentam uma taxa de falha alta, devido a multiplicidade de mecanismos envolvidos, muitas vezes com retorno dos sintomas após alguns anos do tratamento, sendo habitualmente necessário um seguimento mais próximo destas paciente.  Lembramos que conforme as condições de vida da mulher  mudam, as causas da incontinência urinária também podem ir se modificando.

O estabelecimento da pós-menopausa, ganho de peso, eventos neurológicos da senilidade  podem colaborar para o retorno dos sintomas.

Dicas de como evitar constrangimentos

vontade de fazer xixi

Não segure a urina: procrastinar a diurese pode também trazer riscos de cistites e aumentar a complacência  da bexiga, aumentando a chance de perdas involuntárias inconvenientes

perda de urina

 

 

 

 

 

 

 

beber aguaEvite ingerir muito líquido  a noite e quando precisar sair de casa e não tiver acesso rápido a banheiros limpos. Procuro concentrar a hidratação durante o dia. Mas não deixe de beber bastante água pois hidratação é extremamente importante para sua saúde como um todo!

 

 

 

 

calcinha descartavelSe estiver acometida de síndrome gripal ou alérgica, ou se já tiver uma incontinência estabelecida sem tratamento ainda,  utilize-se de calcinhas descartáveis absorventes ou absorventes específicos para urina, as quais te trazer uma maior sensação de segurança e higiene.

Procure fazer repouso com as pernas elevadas no final da tarde, por uns 20 -30 minutos, para que o líquido acumulado nas pernas seja reabsorvido e excretado na urina.

pernas repousandoUma boa drenagem linfática também serve.

Assim, evitando que este liquido entre de volta em circulação  durante a noite, pois isso funciona como se você estivesse bebendo agua a noite…consequentemente terá bexiga cheia durante o sono e aumenta a chance de perdas involuntárias.