Os adoçantes artificiais apareceram recentemente em manchetes nem tão doces assim: a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselhou o seu uso para a perda de peso. Além disso, a nova diretriz publicada pela organização alerta que o consumo prolongado e exagerado dos adoçantes artificiais poderia aumentar o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e morte prematura em adultos.

“Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura

produziram este açúcar branco e puro

com que adoço meu café esta manhã em Ipanema”- Ferreira Gullar

Afinal, o que são adoçantes?

Adoçantes são substâncias naturais ou sintéticas (artificiais) utilizadas para provocar um gosto doce no alimento. Também podem ser classificados como nutritivos, isto é, que fornecem energia ao organismo, ou não nutritivos, sem calorias.

Alguns adoçantes naturais:

  • sorbitol
  • xilitol
  • eritrol
  • estévia
  • extrato da fruta do monge
  • maltitol

Exemplos de adoçantes artificiais:

  • sacarina
  • ciclamato
  • acessulfame
  • sucralose
  • aspartame

“De amarga chega a vida!”

Preferimos o sabor adocicado desde o nascimento até as fases avançadas da vida. Porém, o consumo excessivo de açúcar está relacionado ao desenvolvimento de doenças como a obesidade, o diabetes, a hipertensão e o câncer, entre outras.

Por este motivo, os adoçantes surgiram como alternativa ao uso do açúcar. Estão indicados para pessoas com diabetes, pré-diabetes e com resistência a insulina, um dos hormônios responsáveis pelo controle do metabolismo do açúcar.

No entanto, hoje são usados de forma indiscriminada, mesmo por quem não precisa deles. Por exemplo, seu consumo aumentou mais de 200% nos últimos anos, principalmente entre mulheres, idosos e indivíduos com maior escolaridade.

Existe limite para o consumo de adoçantes?

O consumo aceitável depende do tipo de adoçante e do peso corpóreo de quem o consome.

Assim, para refrigerantes adoçados com ciclamato de sódio, estes limites seriam alcançados com 2 copos ao dia para crianças, 3 copos e meio ao dia para mulheres e 4 copos e meio ao dia para homens.

Quais seriam os riscos?

Estudos demonstraram que pode haver correlação entre seu consumo regular e o aumento do desenvolvimento de diabetes tipo 2 e de doenças cardiovasculares, bem como o aumento da mortalidade de adultos. Além disso, sua utilização em dietas não promove a redução do peso ou da gordura corporal de crianças e de adultos no longo prazo.

Podem também alterar a flora intestinal (as bactérias presentes naturalmente no intestino), provocando flatulência, distensão abdominal e até diarréia.

Adoçantes a mais na dieta têm sido associados a maior apetite, aumento do índice de massa corpórea e à obesidade.

É preciso parar de consumir?

Não: os diabéticos, os pré-diabéticos e os indivíduos com resistência à insulina devem utilizá-los.

O que as novas diretrizes recomendam e reforçam é: mantenha uma dieta equilibrada, com redução do consumo de açúcar e de alimentos industrializados!

Associe atividade física regular e mantenha hábitos saudáveis! Seu corpo agradece!

Para saber mais:

https://www.who.int/news/item/15-05-2023-who-advises-not-to-use-non-sugar-sweeteners-for-weight-control-in-newly-released-guideline

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/05/adocante-faz-mal-a-saude-veja-o-que-diz-a-ciencia.shtml

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd1g55ppng9o