Qual atividade física você pratica? Corre na esteira ou na rua, anda de bike, faz musculação, flexões, crossfit? E como é seu desempenho, bom? Mas já reparou como você respira? Pelo nariz ou pela boca?
Em primeiro lugar a atividade física cada vez mais faz parte do nosso dia a dia. Já é fato conhecido o quanto ela é importante para melhorar nossa saúde cardiovascular a nossa imunidade, assim como perder peso e até nossa saúde mental! E claro que é necessário estar em boas condições de saúde para praticá-la. Claro, o coração, alimentação… mas e o nariz?
O nariz é a entrada da via respiratória que se extende até os alvéolos. É no nariz que o ar é aquecido, filtrado e umidificado para que os a nossos pulmões possam aproveitar ao máximo o oxigênio. Respirar pelo nariz permite melhor oxigenação dos tecidos de nosso corpo!
E durante a atividade física?
Durante a atividade física intensa a respiração vai acabar passando de nasal para oral.
Por outro lado, quanto mais tempo se respira pelo nariz, melhor o aproveitamento do ar nos pulmões e portanto melhor desempenho. Respirando-se pela boca chega-se mais rápido à fadiga e ao estresse.
Na presença da obstrução nasal, respirar pela boca não é uma boa alternativa. Desta forma, respirando pela boca há um aumento da exposição das vias aéreas inferiores (traqueia e pulmões) a alérgicos, poluentes, ar frio e seco. Isso aumenta ainda a asma induzida por exercício.
Assim, o nariz é uma estrutura respiratória importante, pois não atua somente como passagem de ar, mas modula o fluxo aéreo. Em outras palavras a respiração nasal permite mais tempo para a difusão máxima dos gases nos alvéolos, em relação à respiração oral, porque é mais lenta e profunda.
Nesse sentido o mal aproveitamento do oxigênio ainda pode ainda levar a redução das habilidades motoras, tão importante na atividade esportiva, assim como das cognitivas decorrentes de um desequilíbrio entre a demanda de oxigênio durante o exercício físico e deficiente oxigenação do sangue.
A respiração oral altera o fluxo aéreo e faz com que se despenda mais energia para respirar, ocasionando a sensação de desconforto respiratório.
De acordo com estudos prévios, a associação, tanto em animais quanto em humanos, da obstrução nasal com aumento da resistência pulmonar, aumento da retenção de CO2 e redução do oxigênio.
A obstrução nasal, pode levar a alterações de sono, fadiga, cansaço e até depressão. Em consequência, todos esses fatores somados podem levar a alterações no rendimento do atleta.
E o uso de dilatadores nasais?
Dilatadores nasais são muito usados por atletas com a finalidade de melhorar o desempenho esportivo.
Por outro lado os estudos sobre o dilatador nasal não são muito conclusivos em relação ao desempenho de atletas.
Aparentemente, em atividades com maior variação da frequência com sprints e desacelerações há maior benefício do que atividades de endurece, em que não há grandes variações de ritmo e frequência cardíaca.
E seu nariz é obstruído?
A obstrução nasal é bastante comum podendo afetar cerca de 40% da população, porém de forma alguma deve ser considerada normal.
A obstrução nasal não apenas compromete a respiração nasal com seu impacto nos pulmões, mas também interfere indiretamente na performance da atividade física mas também compromete o sono e a qualidade de vida.
Enfim, faz-se necessário investigar e tratar qualquer tipo de obstrução nasal. A rinite alérgica, sem dúvida, é a causa mais frequente, entretanto há ainda o desvio septal, hipertrofia de cornetos inferiores entre outros.
Na prática clínica observa-se que atletas sentem melhora e alcançam rendimento melhor na atividade física quando submetidos a algum tratamento nasal.
Respirar nos dá força, vitalidade, inspiração e … poderes mágicos. Zhuangzi.
Referências:
Hostetter et al. Triathlete Adapts to Breathing Restricted to the Nasal Passage Without loss in VO2max or vVO2max. International Journal of Kinesiology & Sports Science. http://dx.doi.org/10.7575/aiac.ijkss.v.6n.2p.22
Navarro RR, Romero L, Williams K. Nasal issues in athletes. Curr Sports Med Rep. 2013 Jan-Feb;12(1):22-7. doi: 10.1249/JSR.0b013e31827dc22c.