O que aconteceu? Tudo gira ao meu redor. Parada sinto-me melhor, mas ao mexer a cabeça parece-me que o mundo está rodando.
Levanto da cama, mas sinto a cabeça vazia, parece que estou flutuando…
É labirintite? Vertigem? Será que pode ser um derrame ou coisa mais grave?

Antes de mais nada, vale esclarecer que definimos a vertigem  como a sensação rotatória ilusória que a pessoa ou o ambiente está rodando. Já a tontura é  a sensação de desquilíbrio, visão turva, cabeça flutuando.

À primeira vista, estes sintomas são conhecido por labirintite, mas saiba que na verdade isso pode ter várias causas, e o nome correto é labirintopatia, ou seja, doença do labirinto.

Os sintomas vertiginosos podem aparecer isolados ou simultaneamente a zumbido, sensação de ouvido tampado e ainda náuseas ou vômitos.

Vamos falar sobre o  equilíbrio.  Este depende de um sistema complexo que integra a orelha interna (labirinto), a visão, os receptores de pressão e posição do nosso corpo, receptores dos músculos e articulações (propriocepção) e claro, o sistema nervoso que controla tudo isso.  E portanto, as disfunções do labirinto causam as labirintopatias ou sintomas de vertigem.

E quais são as causas?

As causas mais comuns são distúrbios metabólicos (alterações do metabolismo da glicose ou de lipídios do sangue); a vertigem postural por alteração de pequenos cristais do labirinto; , migrânea ou enxaqueca, doença de Meniére, traumas do crânio, doenças do nervo vestibular e até mesmo uma infecção (neuronite). Bem como as  alterações hormonais em mulheres que podem estar relacionadas ao ciclo menstrual, climatério ou menopausa e até mesmo as pílulas anticoncepcionais.

Dessa forma, definir a causa  da sensação vertiginosa é a chave para seu tratamento. A tontura ou vertigem persistente merece avaliação médica e a automedicação deve ser evitada.

O que fazer inicialmente para a melhorar a vertigem?

Na presença de sintomas de tontura ou vertigem podemos tomar algumas medidas imediatas como por exemplo:

  • evitar movimentos bruscos da cabeça
  • reduzir substâncias estimulantes como cafeína (café, chá preto, bebidas de cola), tabaco, teobromina (chocolate)
  • manter os olhos abertos sempre olhando para um ponto fixo; a referência visual contribui para manter o equilíbrio. Fechar os olhos pode ser ruim.
  • avaliação médica

E quando diferenciar de uma situação de emergência?

Os sintomas vertiginosos podem aparecer também depois de um trauma da cabeça ou ainda na presença de convulsões, dor de cabeça intensa ou enrijecimento do pescoço perda aguda do equilíbrio ou fraqueza dos membros e fala enrolada. Nesta situação podem ser sinais de um derrame e merecem atendimento imediato.

Da mesma forma quando houver  dor no peito e palpitações e desmaios. Nesta situação procure o hospital mais próximo.

Por fim, não esqueça: alimentação equilibradaatividades físicas e cuidados com doenças de base (diabetes, dislipidemias, hipertensão) também previnem a vertigem!!

Dia 22 de abril é do Dia Internacional da Tontura

 

link:

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-do-ouvido-interno/vertigem-posicional-parox%C3%ADstica-benigna

Escrito por

Renata Di Francesco

Graduada em Medicina em 1993 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e especializada em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Doutorado em 2001 e o título de Professora Livre-Docente foi obtido em 2010.
No dia a dia dedica, no consultório privado o cuidado com pacientes e familiares.
Ainda no Hospital das Clínicas da FMUSP, hoje, coordena o Estágio em Otorrinolaringologia Pediátrica.
Outros desafios:
Diretora da Educação Médica Continuada da ABORLCCF (2012-2014)
Presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (2015-2016)
Diretora Secretária da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (2015),
Diretora do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo-SPSP (2016-2019)
Coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento e Aprendizagem da SPSP (desde 2019)
Diretora do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria -SBP (desde 2019).