O Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, marcou a campanha de combate ao tabagismo. Só que como o cigarro eletrônico não é derivado do tabaco, muita gente pensa que é uma alternativa segura ao cigarro convencional.
Panacea convida, hoje, três pneumologistas especiais, que dividem seus conhecimentos e experiência conosco.
Afinal, o cigarro eletrônico é prejudicial aos pulmões?
Nos bares, nas ruas e até em saídas das escolas: o cigarro eletrônico virou febre, principalmente entre os mais jovens.
Também conhecido como vape, juul, smok ou e-cigarete, o fenômeno não é visto apenas no Brasil, mas em todo o mundo.
A prática tem ganhado novos usuários tanto para quem está iniciando o vício do tabaco, como para aqueles que buscam uma falsa solução para parar com a prática do fumo.
E por que a prática se popularizou tanto?
O cigarro eletrônico ganhou muito espaço devido ao seu cheiro mais agradável, inclusive algumas marcas disponibilizam os seus produtos com sabores usando essências artificiais. Além disso, os modelos possuem um aspecto mais moderno, mas ainda assim, o uso do cigarro eletrônico é preocupante.
Já se sabe que além da nicotina (que também faz parte da composição), outras substâncias como o polietilenoglicol, solventes e óleos são cancerígenas e tóxicas quando inaladas, e ambos componentes estão presentes no cigarro eletrônico.
Sabe-se que o aquecimento do solvente que carrega a nicotina no cigarro eletrônico, quando queimado a mais de 150ºC, libera dez vezes mais formaldeído que o cigarro convencional, uma substância com comprovação cancerígena.
Outros metais pesados também têm sido encontrados no vapor liberado por estes cigarros.
E o que o uso do cigarro eletrônico pode causar?
Como consequência para o pulmão, a prática pode causar uma doença aguda, do qual a sigla em ingles é EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury).
Os primeiros relatos dessa doença ocorreram em 2019, e de lá até hoje, foram relatados cerca de 2300 casos com 48 mortes nos EUA, além dos casos relatados no Brasil.
Os principais sintomas incluem:
- tosse
- falta de ar que pode evoluir para a insuficiência respiratória se não diagnosticada e tratada adequadamente.
De forma crônica, o uso de cigarros eletrônicos pode:
- piorar doenças pulmonares pré-existentes ou
- causar tosse, falta de ar e pigarro em quem nunca teve doença pulmonar.
Além disso, por ter seu uso indiscriminado iniciado há poucos anos, não se sabe seus reais efeitos a longo prazo.
É importante lembrar que a venda é proibida no Brasil e portanto, não tem regulamentação quanto a seus componentes, tornando seu uso ainda mais arriscado.
Nos vídeos abaixo, o Dr Alexandre Kawassaki conversa sobre o hábito de fumar.
A Dra Carolina Salim explica, em entrevista ao Estadão, sobre a importância de parar de fumar:
E o Dr Rodrigo Athanazio fala sobre bronquite, frequentemente desencadeada pelo cigarro.
Para mais informações, visite o site www.cdra.com.br
Os autores:
Dra. Carolina Salim G. Freitas CRM 131517
Pneumologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Doutora em Pneumologia pela USP