Todos os dias diversas mulheres me fazem essas mesmas perguntas:__Esse desânimo que eu estou sentindo pode ser fadiga, exaustão física, depressão, stress ou burnout?
__Porque minha ‘bateria’ não dura o dia todo? __Onde foi parar minha energia?
Nesse mundo acelerado de hoje, as mulheres de 40 a 60 anos frequentemente se veem lutando contra uma sensação avassaladora de estresse e exaustão. Fazendo malabarismos com vários papéis e responsabilidades, essas mulheres enfrentam desafios pessoais, profissionais e afetivos que podem afetar seu bem-estar intelectual, emocional e físico.
Sabemos que a menopausa é uma fase natural na vida de uma mulher que normalmente acontece a partir do final dos 40 ou início dos 50 anos, quando acontece o declínio dos hormônios ovarianos.
Embora a menopausa traga mudanças fisiológicas e hormonais significativas, ela também pode ter um impacto profundo na rotina dessas mulheres, devido aos sintomas mentais e físicos associados a condição.
A fadiga (eterna) é um sintoma muito frequente experimentado pelas mulheres no geral, mas nessa fase está muito mais presente no dia a dia.
Isso vai além do cansaço normal que acompanha um estilo de vida agitado ou a falta de 08 boas horas sono ininterrupto.
A fadiga relacionada à menopausa pode ser caracterizada por exaustão persistente e implacável, mesmo após um descanso adequado.
Alterações hormonais, particularmente o declínio nos níveis de estrogênio, podem interromper os padrões de sono, levando à insônia ou à piora da qualidade do sono, despertar noturno por suores noturnos e ondas de calor também podem agravar ainda mais a fadiga durante o dia, por um sono não reparador.
As flutuações hormonais durante a transição do Climatério também podem afetar a regulação do humor, do bem-estar emocional. Muitas mulheres experimentam irritabilidade, ansiedade e depressão durante esta fase, o que pode contribuir para a fadiga mental e física. Desequilíbrios hormonais, como diminuição dos níveis de estrogênio, testosterona e progesterona, podem afetar neurotransmissores como a serotonina, dopamina, trazendo como consequência uma sensação geral de mal estar, desânimo, inadequação.
Síndrome da Mulher-Maravilha
Assim, estas mulheres geralmente se veem gerenciando várias funções simultaneamente. Elas são mães, filhas, esposas, profissionais com boas carreiras, cuidadoras ou colaboradoras da comunidade. Equilibrar essas responsabilidades pode levar a sentimentos de sobrecarga, pelo esforço em cumprir todas as tarefas de cada uma das esfera de suas vidas. A pressão para atender a todas as expectativas da sociedade e atender aos seus próprios padrões de auto-exigência pode ser devastadora.
Burnout
Definido por um estado de exaustão física e emocional crônica que geralmente decorre de estresse prolongado. Durante a menopausa, as mulheres podem experimentar vários estressores, incluindo flutuações hormonais, ondas de calor, suores noturnos, distúrbios do sono e alterações de humor, como já dito.
Além disso, a fase de climatério costuma ser acompanhada por transições significativas na vida, como filhos saindo de casa ou nunca saindo.., pais idosos (se transformando em “filhos geriátricos’), mudanças de carreira (mesmo que sejam promoções, vêem com aumento de responsabilidades…) ou ajustes de relacionamento (casais que já não conseguem mais ter sintonia, vivendo no afastamento, dentro de casa, juntos mas separados, mesmo ainda casados).
A combinação desses fatores todos produz mulheres que se mostram cada vez mais atarefadas e com menos dedicação a cuidar de quem cuida, ou seja, delas mesmas! Arrumam tempo para cumprir todas as obrigações e fazer tudo para todo mundo, menos para si mesmas.
A pessoa precisa se nutrir para funcionar.
…e como dizia minha avó:
Saco vazio não pára em pé!
Fadiga adrenal em resposta ao estresse:
O estresse crônico, pode ter um impacto profundo na fisiologia feminina, podendo levar a uma condição conhecida como fadiga adrenal, em que as glândulas supra-renais responsáveis pela produção de hormônios como o cortisol e androgênios, ficam sobrecarregadas e incapazes de atender à demanda (eu sempre comparo: é como levar uma carro mil para correr a Fórmula-1…explode!)
Com o tempo e a usura, a conseqüência são alterações da fisiologia cerebral também:
- redução da performance intelectual,
- baixa produtividade,
- perda da criatividade,
- baixa capacidade de memória e retenção de informação,
- falta de objetividade, do foco e concentração.
Disfunção da Tireóide:
Os distúrbios da tireoide são mais comuns em mulheres no geral e o risco aumenta com a proximidade da menopausa. A glândula tireoide ‘trabalha’ em consonância com os demais hormônios, principalmente dos ovários, e desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo e dos níveis de energia .
Quando a tireoide está hipoativa (hipotireoidismo), as mulheres podem apresentar sintomas como fadiga, ganho de peso, alterações de humor e nevoeiro cerebral (“mental-fog”). A disfunção tireoidiana não diagnosticada ou não tratada pode contribuir significativamente para o estresse e a exaustão.
Alterações metabólicas e controle de peso:
À medida que as mulheres envelhecem, seu metabolismo diminui naturalmente também.
Em geral há um aumento de peso, aumento de gorduras corporais e redução da massa muscular, tendo como resultado um progressiva piora do metabolismo principalmente dos carboidratos.
Medidas que visam acelerar o metabolismo, aumentar a ‘massa magra’ e controlar os níveis de gorduras e açúcar no sangue tendem a melhorar também a performance mental .
Beleza eterna:
Há uma crença generalizada de que a juventude equivale a desejabilidade e sucesso, levando a sentimentos de inadequação e ansiedade sobre o envelhecimento.
Essas pressões podem ser intensificadas pela mídia e pelas normas sociais, criando expectativas e padrões de beleza insensatos.
A necessidade constante de atender a tais padrões pode esgotar a pessoa.
As expectativas irreais sobre as mulheres em termos de aparência e envelhecimento trazem grande pressão para que a mulher se mantenha com uma aparência jovem, ligada ao medo de ser sub-valorizada ou marginalizada. Nesse caminho tortuoso a busca incessante por procedimento estéticos infindáveis é uma batalha impossível de ser vencida e gera apenas frustração e sensações de insegurança e ansiedade, além de eventualmente gerar risco desnecessário mesmo a saúde.
E agora, o que fazer?
Definindo Limites:
Aprender a dizer “não” e estabelecer limites é crucial para evitar o esgotamento.
É fundamental aprender a delegar tarefas e buscar ajuda quando necessário além de entender que não podemos nem precisamos fazer tudo sozinhas. Ao admitir limites para seu tempo e energia, a mulher pode gerenciar melhor seus esforços e otimizar o que tem maior relevância .
Priorizando o autocuidado:
As mulheres nessa faixa etária devem priorizar o autocuidado para repor as energias e combater o estresse. Envolver-se em atividades que trazem alegria e relaxamento, aumentam as endorfinas, como exercícios, meditação, hobbies ou passar tempo com entes queridos, pode ser fundamental para restaurar o equilíbrio. Buscar o apoio de amigos, familiares ou conselheiros profissionais pode fornecer saídas valiosas para a expressão emocional e alívio do estresse.
Praticando 0 gerenciamento de estresse:
incorpore técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração profunda, meditação, ioga ou atenção plena para ajudar a tolerar o estresse e evitar o esgotamento.
Organização é vida!
Padronização dos processos pode ser a chave para reduzir a ansiedade e a procrastinação do dia a dia.
ANOTE TUDO! Procure criar uma rotina de anotas as coisas importantes, assim que tais coisas vierem a mente. Ande com um bloco de notas, pois o mero ato de escrever ajuda a organizar o pensamento e não se perder no mar de coisas a fazer.
Evite ficar divagando pela internet, pois as ‘redes sociais’ são campeãs em roubar seu tempo de você perceber.
Alguém te chama no ‘zap-zap’, você pega o celular para ver do quê se trata, abre uma mensagem da amiga que mandou um video curioso, esse vídeo vai puxando mais outro e mais outro e quando vc vê, perdeu meia hora na ‘çaixinha do nada’!!!
Higiene do sono:
Estabeleça uma rotina de sono consistente para ter um bom repouso noturno, que é essencial para o funcionamento cerebral durante o dia.
Crie um ambiente de sono calmo, sem nenhuma luz ambiente,
Evite estimulantes como cafeína, chá preto, chá verde, coca-cola a noite
Procure cessar também o uso de dispositivos eletrônicos pelo menos 2 horas antes de dormir.
Consulte um profissional de saúde se os distúrbios do sono persistirem.
Suporte Nutricional:
Adotando uma dieta balanceada rica em alimentos integrais, proteínas magras e nutrientes essenciais, a mulher consegue manter o corpo bem abastecido da energia necessária para um bom desempenho no seu dia-a -dia .
Considere consultar uma Nutricionista que entenda de saúde feminina, para garantir uma nutrição adequada e equilibrada, corrigir distorções alimentares que podem prejudicar tanto o metabolismo geral como a homeostase hormonal.
Considerar a terapia hormonal:
Discuta a opção de terapia de reposição hormonal (TRH) com seu médico.
A TRH pode ajudar a aliviar os sintomas da menopausa, incluindo fadiga e distúrbios do humor, equilibrando os níveis hormonais.
Buscando Redes de Apoio:
Criar redes de apoio fortes de mulheres que enfrentam desafios semelhantes pode ser imensamente útil. Compartilhar experiências, buscar conselhos e encontrar força na companhia de outras pessoas pode aliviar sentimentos de isolamento e estresse.
Juntar-se a grupos de pessoas reais, participar de vivências ou participar de atividades comunitárias pode promover um sentimento de pertencimento e fornecer um espaço seguro para discutir preocupações compartilhadas e perceber que você não está sozinha nessa!
É essencial lembrar que a menopausa é uma jornada única para cada mulher, e a gravidade e a duração dos sintomas podem variar.
Se o esgotamento e a fadiga persistirem ou interferirem significativamente na vida diária, é importante procurar orientação médica para uma avaliação mais abrangente e opções de tratamento personalizadas. Com autocuidado adequado, apoio e orientação médica, as mulheres podem passar pela menopausa com mais facilidade e recuperar sua energia e vitalidade.
Esta fase da vida tem um poder transformador, pois as mulheres redescobrem e redefinem sua essência de feminilidade. As pressões sociais que antes definiam seu valor pela juventude começam a desaparecer, permitindo que abracem a sabedoria que só o tempo pode conceder.
Reconhecer que a verdadeira beleza não está nas aparências externas, mas na importância da sua essência como indivíduo. Com a idade vem uma compreensão profunda de seu próprio valor, uma aceitação de imperfeições e uma celebração da jornada que nos transformou em indivíduos únicos e notáveis .
As mulheres precisam aprender a abraçar a mudança, entendendo que suas experiências são sua maior vantagem e trazem enorme potencial para crescimento e evolução pessoal.
