A mãe jogava buraco com a filha supralunar, celeste. Po, a menina jogava bem! Seguiu a tática de lixar muito, já que não tinha parceiros.
Entretanto… a mãe deu sorte, rapidinho pegou o morto e bateu!
A garota, sem poder usar o morto cheeeeio de cartas para completar os jogos, começou a chorar. Arrependeu-se por ter escolhido uma atitude que a fez se perder no tempo, embora tivesse feito uma porção de jogos. Sentou no colo da mãe e continuou a chorar. Até que verbalizou:
“Mãe, por que quando perdemos um pé do par de meias, nunca mais conseguimos o par juntinho de novo? Quando achamos o pé que falta, o que estava guardado se perde. E quando achamos o outro, é aquele que achamos primeiro que se perde?” Triste, muito triste…
Achei incrível quando comparou a sensação de perda, abstrata, decorrente de uma escolha, à perda física da meia. A mesma sensação do vazio: tanto ao verificar o par incompleto, como ao não ter mais o duplo lado da escolha enquanto ainda deliberamos.
A irmã sublunar, terrestre, preocupada, se aproxima. Com um ar de seriedade para se solidalizar à situação, assim que emite o primeiro som da palavra presa na boca fechada, estoura numa gargalhada
não consegue parar!
C O N T A G I A !!!
e enfim pergunta,
“mas por que você está chorando? De que meia estão falando? O que essa maldita meia tem a ver com o jogo?”
Para a trilogia:
Nós e as crianças, o céu e a terra
Nós e as crianças, o céu e a terra 2
Para mais leveza:
Somos Todos Mãe
Mãe. Para sempre.