“O sinal é a verdade. O ruído é o que nos distrai, afastando-nos da verdade.”
Nate Silver

Estamos vivendo um momento mergulhados num oceano de informações, a internet. O que é verdadeiro e o que é falso? E se a informação até é verdadeira, mas que em outro contexto se torna falso?
O que é sinal e o que é ruído?

Na medicina estamos muito habituados a isso. Por vezes, o que hoje faz bem, descobrimos amanhã que não faz. A última descoberta acaba sendo derrubada por outra ainda mais contraditória.

Na medicina existe um jeito de ajeitar esta bagunça, e tudo começa com uma pergunta:

“O remédio X trata a doença Y?”

Aí, não basta apenas dar o remédio X para a doença Y e ver se resolve. Precisamos antes verificar quantas pessoas doentes são necessárias para testar se o remédio funciona ou não. Por vezes são necessárias 100 pessoas doentes, por vezes 1000, por vezes 10.000… Este número não é mágico, e nem o médico que decide. Existem cálculos precisos estabelecidos por mais uma Ciência: a estatística.

E isso não basta!

Precisamos garantir que nossa vontade de que o remédio funcione (ou não) não interfira na avaliação. Ou seja, a opinião pessoal do médico NÃO PODE interferir na avaliação do produto. E tem outra Ciência que nos garante isso: a metodologia.

Entre o sinal e o ruído

Deste modo, existem maneiras bem eficientes para verificar se aquela informação se aproxima da verdade (sinal) ou se é mais uma fake news que nos distancia dela (ruído). Não é questão de opinião, e há um bom trabalho analítico para tentar ser o mais certeiro possível.

Entre a prática médica e a opinião do médico

Somos seres humanos, e sempre temos nossa opinião, não há como reprimi-la. Mas é dever do médico ter sempre essa clareza no Cuidado ao paciente. Afinal, a medicina trata do indivíduo, mas nunca deixará de ser uma Ciência.

“Defender a autonomia do médico não significa dar aval para que o profissional aja como bem entender, receitando remédios inúteis”
Drauzio Varella

 

 

 

 

Escrito por

Cassia Suzuki

Médica oftalmologista, quase filósofa, mãe de 2 filhas e 2 cachorrinhas