A primavera já está chegando ao fim. Mas sabemos que este ano não foi muito fácil, frente às inúmeras viroses que não apenas as crianças apresentaram, mas também os adultos.

A covid-19, sem dúvida ainda continua presente em nossa preocupação com idas e vindas de mini surtos. Mas sabemos que tantos outros vírus estão por ai. 

Apesar de não estarmos na época mais propícia para as infecções respiratórias, estamos vivendo uma triplemia. 

Se o aumento de um único tipo de infecção respiratória já é motivo de preocupação, imaginem três?

O que é uma triplemia? 

Três vírus! Chamamos de triplemia a coexistência de três epidemias virais respiratórias. E atualmente em circulação temos o Sars-Cov-2, causador da Covid-19, VRS (vírus sincicial respiratório) e influenza, causador da gripe. 

Como diferenciar os sintomas de cada uma destas viroses? 

Os sintomas das infecções respiratórias são sempre semelhantes,  em geral febre baixa, coriza, dor de cabeça, dor nos olhos, obstrução nasal, espirros e dor de garganta, com pequenas variações. 

O vírus da gripe costuma causar febre muito alta e intensa dor no corpo além dos sintomas respiratórios. 

VRS causa sintomas muito leve nos adultos, mas é muito mais comum  e mais grave em crianças abaixo de 5 anos. Relacionado a bronquiolite uma causa importante de internação de crianças em UTIs.  Em crianças são comuns o chiado no peito e tosse. 

O corona vírus tem como sintoma inicial principal a dor de garganta e algum mal estar. SIntomas leves, principalmente entre os vacinados.

Viagens e a triplemia

Nos EUA os casos de Influenza vem aumentando e a OPAS já alerta para o aumento das infecções no Cone Sul, especialmente na Argentina e no Uruguai, e claro no Brasil também. 

As infecções por VSR também aumentaram intensamente no  no Canadá, México, Brasil, Uruguai e Estados Unidos, e com um impacto particular em crianças e bebês com menos de um ano de idade.
Estamos nos aproximando das férias e portanto uma maior mobildade das pessoas, viajando para encontrar amigos e parentes e portanto aumentando ainda mais as possibilidades de transmissão. 

O que poderia explicar a triplemia? 

Talvez estejamos em um período distinto quanto a infecções virais. Durante a pandemia ficamos isolados e as doenças transmissíveis e pode ser que a imunidades sobre estes agentes infecciosos tenha diminuído e com a volta do contato social as infecções tornaram-se mais frequentes. 

Quando procurar um médico?

Deve-se procurar o médico quando há piora dos sintomas, quando há dificuldade para respirar, a febre não abaixa, alteração da frequfrequência cardíaca, tosse. 

Como podemos nos prevenir? 

Primeiramente evitar contato com pessoas doentes. Lavar as mãos sempre que possível e não compartilhar utensílios com pessoas sintomáticas. 

Manter em dia a carteira de vacinação é fundamental. As vacinas contra influenza e covid estão disponíveis para adultos e crianças e são a peça chave na prevenção. Para o vírus sincicial respiratório não há vacina.

Vacine-se! Assim, você se proteje e ainda proteje familiares e amigos. 

 

Referência

https://www.paho.org/pt/noticias/16-11-2022-paises-devem-estar-atentos-tripla-ameaca-da-covid-19-influenza-e-vsr-medida-em

Escrito por

Renata Di Francesco

Graduada em Medicina em 1993 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e especializada em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Doutorado em 2001 e o título de Professora Livre-Docente foi obtido em 2010.
No dia a dia dedica, no consultório privado o cuidado com pacientes e familiares.
Ainda no Hospital das Clínicas da FMUSP, hoje, coordena o Estágio em Otorrinolaringologia Pediátrica.
Outros desafios:
Diretora da Educação Médica Continuada da ABORLCCF (2012-2014)
Presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (2015-2016)
Diretora Secretária da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (2015),
Diretora do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo-SPSP (2016-2019)
Coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento e Aprendizagem da SPSP (desde 2019)
Diretora do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria -SBP (desde 2019).