Sede de Água!

Tipos de água para beber

Água mineral

Oriunda e fontes de água naturais, contêm minerais como magnésio, cálcio, sulfatos e flúor que podem ser benéficos à saúde. O sabor também é característico, conforme a composição. Algumas fontes podem fornecer água naturalmente gaseificadas.

Água “de torneira”

Sem filtro, é a água oferecida pelo sistema de saneamento público. A segurança varia de região para região, conforme a qualidade do controle de tratamento da água. Nas cidades com boa estrutura, é segura o bastante para ser ingerida diretamente, sem nem mesmo ferver. Mesmo assim, pode conter micropartículas e resíduos químicos indesejáveis e potencialmente tóxicos a longo prazo.

Água do poço

É preciso muita cautela, pois a qualidade depende do lençol freático acessado. Existe grande risco de haver contaminação, então é preciso fazer a análise da qualidade da água em instituto credenciado periodicamente.

Água de filtro de barro

O filtro de barro tem baixo custo e funciona com uma vela central que retém as impurezas. Trabalha em um processo lento, e a qualidade depende de ser provida por uma caixa d´água limpa também. Com o tempo, a água adquire sabor característico do filtro de barro.

Purificadores

Retêm os microrganismos, e também podem retirar os minerais e o cloro da água. Desse modo, a água tem sabor mais “neutro”, ou seja, é mais insípida. Por ter recursos tecnológicos mais sofisticados, o purificador oferece maior fluxo de água, diferentes graus de filtragem e também controle de temperatura. Por outro lado, o filtro precisa ser trocado frequentemente e tem custo maior.

Água alcalinizada

Recentemente, o consumo de água alcalina, com pH elevado acima de 7,0 tem sido difundido e vendido equipamentos de altíssimo custo. Embora sejam alegados inúmeros benefícios à saúde, ainda faltam estudos que atestem a segurança no uso corriqueiro continuado. Tampouco há estudos científicos que comprovem os benefícios propostos.

Desidratação

Você sabia que num dia quente e ou seco uma pessoa pode perder até 1.500ml de água pela respiração e evaporação?

A desidratação pode ocorrer em situações de doença como a diarréia, ou por falta de ingestão de água. Pode ser grave e causar até mesmo a morte em casos extremos.

Isso sem contar o suor (que tem importante função na regulação da temperatura corporal) e o líquido (pelo menos mais 1.500ml) que tem que sobrar para manter a função renal, nossa principal via de eliminação dos resíduos metabólicos do nosso corpo.

Hoje sabemos que a desidratação com redução de apenas 1 a 2% do peso corporal já é suficiente para alterar funções cognitivas e a memória de curto prazo.

Se a desidratação se agravar, pode haver confusão mental, fraqueza, hipotonia dos globos oculares, hipotensão, taquicardia e pode afetar os rins causando insuficiência renal.

São mais susceptíveis à desidratação: crianças com diarreia, mulheres que amamentam e idosos.

A importância da sede

Manter-se bem hidratado melhora a circulação sanguínea, e reduz o risco de acidente vascular cerebral, bem como de alguns tipos de câncer.

Quando há mais sal e pouca água, o cérebro sinaliza a sede. Mas se a pessoa não tem acesso à água ou não sente sede, o sal (sódio) circulante fica concentrado. Assim, se este aumento for agudo e rápido, a água sai do cérebro, que desidrata. Ainda, podem ocorrer rupturas de veias cerebrais e danos neurológicos possivelmente irreversíveis se o cérebro murchar o suficiente. Os sintomas clínicos podem ser:

• lentificação do pensamento
• fraqueza
• irritabilidade
• espasmos
• convulsões
• coma

Atenção! Os idosos são particularmente sujeitos à desidratação e ao aumento do sódio porque têm diminuição do mecanismo da sede. 

Você já ouviu falar de intoxicação por água?

Quando existe a sobrecarga rápida de 3 a 4 litros de água, por exemplo em pacientes que bebem muita água de uma vez, ocorre a diluição do sal (sódio) no sangue circulante. Isto gera sintomas e pode, até mesmo, ser fatal. A queda do sódio pode provocar edema cerebral. Os principais sintomas são:

• fadiga
• náusea e vômitos
• tontura e dor de cabeça
• esquecimento e confusão mental
• contrações musculares e cãimbras
• edema pulmonar
• parada respiratória

A intoxicação por água também pode acontecer em grandes consumidores de cerveja que não se alimentam enquanto bebem!

No diabetes insipidus, o indivíduo ingere grandes volumes de água por má regulação da diurese e da sede. E também pode acabar tendo sintomas de intoxicação por água.

Esse texto é a segunda parte de uma série de três sobre a Água. Na próxima parte, “A Dança das Águas”, finalizaremos comentando sobre aspectos especiais da água na nossa saúde.

Referências:

1. Water & nutrition. U.S. Centers for Disease Control and Prevention. https://www.cdc.gov/healthywater/drinking/nutrition/index.html.
2. Popkin et al. Water and food consumption patterns of U.S. adults from 1999 to 2001. Obes Res 2005;13:2146-52. doi: 10.1038/oby.2005.266.
3. Water as an essential nutrient:the physiological basis of hydration Eur J Clin Nutr. 2010 Feb;64(2):115-23. doi: 10.1038/ejcn.2009.111. Epub 2009 Sep 2.
4. Henry & Chambron. Risks associated with unrestricted consumption of alkaline-reduced water. Bull Acad Natl Med 2014;198:867-79.
5. Tanaka  et al. Daily ingestion of alkaline electrolyzed water containing hydrogen influences human health, including gastrointestinal symptoms Med Gas Res 2019;8:160-166.
6. https://www.healthline.com/health/food-nutrition/nine-types-of-drinking-water#purified
7. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/drinking-water
8. https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/nutrition-and-healthy-eating/in-depth/water/art-20044256?p=1